sábado, 16 de agosto de 2014

Romance é o lance

Não importa quem você realmente é, as pessoas não gostam de você por causa disso. Elas gostam de você pela projeção que criaram a seu respeito, a imagem que têm refletida sobre sua personalidade. 
O amor romântico é a Guerra Mundial da nossa geração.
Se você não está preso numa caverna ou num esconderijo subterrâneo com acesso à internet sem fio, já viveu em sociedade em algum momento da sua vida e, indubitavelmente, já ouviu que "a primeira impressão é a que fica". Provavelmente na véspera do seu primeiro dia de aula na escolinha nova, ou alguns minutos antes daquele jantarzinho importante, você escutou isso de alguém. 

Divido minha curta existência em três frases, que podem ser perfeitamente ilustradas pela Branca de Neve.

"Por que só ter um, se eu posso ter sete?"

(É brincadeira, gente. Minha teoria de vida realmente se assemelha mais àquela de princesa mongol da Disney mesmo).

1º fase: 

"O Mito da caverna"
Não sabia o que diabos estava acontecendo no mundo e de dentro da minha caverninha, achava tudo lindo e maravilhoso. Uma verdadeira música de Sandy&Junior onde todas as guerras do mundo já tinham acabado, eu ganhava presente todo Natal e Michel Teló nunca faria sucesso.


Euzinha acordando às 6h da manhã
2ª fase:
"David Luiz pós jogo da Alemanha"
A fase da desilusão, onde tomei um choque de realidade estilo O Show de Truman e percebi que a vida não era como Timão e Pumba cantavam. Passei a achar que todo casal do mundo só se enganava e que ninguém podia ficar junto pra sempre, porque isso era baboseira pura. Sabe aquele filme de romance idiota com a Rachel McAdams? Então, eu o achava ainda mais idiota.
Se minha zona de conforto tava no Oiapoque, eu tava no Chuí. Basicamente isso.


Cara de quem levou 7x1 na Copa do Mundo

3ª fase:
"Tá bom, a realidade nem deve ser tão catastrófica assim. Só não é boa."
E então eu percebi que qualquer par pode permanecer junto pra sempre. Não deve ser fácil, nem tão prazeroso... Mas impossível não é. Um dia aquela paixão que fazia você se sentir num livro de Nicholas Sparks vai acabar, mas se é aturar um homem chato e barrigudo pro resto da vida que você quer, tudo bem... Você conseguirá, só precisa se esforçar.

Pra mim, agora a Branca de Neve é assim

Se engana muito quem pensa que paixão se restringe a relacionamento amoroso. 
Nos apaixonamos diariamente, idealizando alguém, criando expectativas fora da realidade. A personalidade é supervalorizada, e os valores morais, subjugados. E é por isso que "a primeira impressão é a que fica". É por isso que os relacionamentos estão cada vez mais egoístas, possessivos e mesquinhos. 

Vivemos num contexto onde ser empático é demonstrar fraqueza. Os contatos sociais estão cada vez mais superficiais e as pessoas tendem a mostrar o seu lado mais breve e fútil, como mecanismo de defesa. 
É considerado difícil, inaceitável, ou até mesmo vergonhoso assumir uma falha, do ponto de vista coletivo; Logo, os laços de convívio se enfraquecem, e só conhecemos de alguém apenas aquilo que este quer mostrar - É aí onde mora o perigo. 
Ao selecionarmos o que expor sobre nossa real conduta, vamos paulatinamente escondendo os nossos defeitos e imperfeições. Tentamos projetar uma imagem acerca de nós mesmos. Na busca de conquistar e impressionar outrem, não lhe permitimos conhecer-nos totalmente, não lhe permitimos conhecer a nossa face desagradável. 

Quando optamos por esconder nossas deficiências e não por ajustá-las, surge a decepção. Com o convívio contínuo, é impossível que nossos desarranjos passem despercebidos (a não ser, claro, que você seja o Norman Bates). Um dia, alguém sempre descobre. E talvez seja por isso que há tanto desgosto por aí.

Nota: Acabei de perceber que esse post tá parecendo que saiu de um blog de moda. 
Nota 2: Nicholas Sparks é homem ou mulher???



Fontes:
http://causasperdidas.literatortura.com/2013/10/07/o-amor-romantico-na-sociedade-moderna/

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